Os preços medidos pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) tiveram alta de 0,39% em novembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado superou a projeção dos analistas financeiros, que esperavam um avanço de 0,34%.
No acumulado de 12 meses até novembro, a alta chegou a 4,87%, acima dos 4,76% registrados no período anterior. A estimativa de mercado previa uma alta de 4,85% no acumulado anual. Apesar disso, houve desaceleração em relação a outubro, quando o índice subiu 0,56%.
O impacto por setor
Embora a mudança da bandeira tarifária de vermelha para amarela, anunciada pela Aneel, tenha reduzido os custos com energia elétrica, o aumento nos preços das carnes segue impulsionando a inflação no Brasil.
O aumento dos preços medidos pelo IPCA foi puxado principalmente pelos grupos Alimentação e bebidas (1,55%), com destaque para o encarecimento das carnes (8,02%), Transportes (0,89%), devido à alta de 22,65% nas passagens aéreas, e Despesas pessoais (1,43%), influenciado pelo cigarro, que subiu 14,91%.
Por outro lado, a inflação de serviços acelerou
Embora o IPCA tenha mostrado desaceleração em novembro, o índice de serviços apresentou um forte avanço, subindo de 0,35% em outubro para 0,83% no último mês. No acumulado de 12 meses, o indicador registra alta de 4,71%.
Já os preços monitorados, que são controlados pelo setor público ou por contratos, tiveram retração de 0,87% em novembro, após um aumento de 0,71% em outubro. No acumulado anual, esses preços registram variação de 5,17%.
Banco Central se reunirá para decidir sobre taxa Selic
O BACEN voltará a se reunir amanhã (11) para decidir sobre a taxa básica da economia Selic. Após acelerar o ritmo de ajuste para 0,50 ponto percentual na reunião de novembro, a taxa foi elevada para 11,25%.
De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central, especialistas preveem um aumento de 0,75 ponto percentual, encerrando o ano com a taxa em 2,0% e a inflação projetada em 4,84%.
Inflação e juros
O IPCA desempenha um papel fundamental na determinação da taxa básica de juros, a Selic, que é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
A meta de inflação para 2024 foi estabelecida em 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
O Banco Central utiliza a Selic como base para controlar a inflação. Taxas de juros mais altas ajudam a desacelerar a economia, o que contribui para controlar o aumento dos preços, mas também pode reduzir os investimentos, o crescimento do emprego e a geração de renda.