ABEV3 R$14,21 -0,07% ALOS3 R$19,35 -0,05% ASAI3 R$6,06 -1,62% AZUL4 R$4,40 +0,69% AZZA3 R$32,66 -2,51% B3SA3 R$10,00 +0,71% BBAS3 R$24,67 -0,24% BBDC4 R$12,24 -0,65% BBSE3 R$35,66 +0,68% Bitcoin R$588.145 -2,79% BPAC11 R$30,37 -0,78% BRAV3 R$21,44 +0,89% BRFS3 R$28,69 +1,31% CMIG4 R$11,63 +1,13% CPLE6 R$9,57 -0,21% CSAN3 R$9,36 -0,43% CYRE3 R$18,39 -0,81% Dólar R$6,08 +0,01% ELET3 R$35,95 -1,43% EMBR3 R$56,44 -1,54% ENGI11 R$38,46 -1,54% EQTL3 R$29,58 -0,57% ggbr4 R$21,15 +3,32% Ibovespa 127.210pts +1,00% IFIX 2.999pts -0,63% itub4 R$32,86 +0,49% mglu3 R$8,46 -0,94% petr4 R$40,04 +2,59% vale3 R$59,83 +5,32%

Aumento da Selic para 12,25% preocupa mercado financeiro e setor produtivo

Setores de produção

O aumento da Selic pelo Banco Central, e a indicação de um novo aumento em 2025, foi caracterizado como um “choque de juros”. O mercado se mostrava reticente sobre a credibilidade da autoridade monetária na estratégia de conter a inflação.

Os juros básicos no patamar previsto até março (de 14,5%) são acima da taxa mais alta (14,25%) na crise política de 2015 e 2016, cujo epílogo foi o impeachment de Dilma Rousseff.

O dólar teve uma forte queda nesta quinta-feira (12), com investidores já repercutindo a nova alta de juros. O estado de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dados internacionais também ficam no radar.

Em contrapartida, o aumento dos juros teve um impacto negativo no setor produtivo. Várias entidades representativas dos empresários têm manifestado preocupação com os efeitos adversos dessa política na economia real.

imagem demonstrativa da alta dos juros com a decisão do copom, sobre a selic
Fonte: Freepik

A Decisão do Copom sobre a Selic

Na quarta-feira (11), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu aumentar a taxa Selic, a taxa básica da economia, de 11,25% ao ano para 12,25% ao ano. A decisão do aumento foi unânime e representa a maior alta desde o início de 2022 e indica também possíveis dois novos aumentos para o início de 2025.

O objetivo é conter a escalada das projeções de inflação, que avançaram fortemente nas últimas semanas por conta de ruídos sobre o pacote de gastos, que refletiu na proposta de aumento da faixa de isenção do IR. Além disso, há a expectativa de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos e um nível forte de atividade.

Essa foi a última reunião de Roberto Campos Neto sob o comando do Banco Central. Em janeiro de 2025, o cargo será ocupado por Gabriel Galípolo – indicado da confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Impacto no Setor Produtivo

O forte aumento dos juros e a sinalização de novas altas do mesmo tamanho no começo do próximo ano preocupam o setor produtivo.

“A decisão contraria outros sinais positivos da economia brasileira, como o crescimento na geração de empregos, a elevação da projeção do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e o recente resultado do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que caiu para 0,83% na primeira prévia de dezembro, após subir 0,99% em novembro,” afirmou Décio Lima, do Sebrae, ao G1.

As Consequências na Economia

O aumento da taxa de juros Selic no Brasil tende a ter algumas consequências na economia. Algumas delas, são:

  • Juros bancários: a tendência é que a alta da Selic influencie nas taxas cobradas pelos bancos. Em outubro, a taxa cobrada para operações com pessoas físicas e jurídicas somou 40,2% ao ano.
  • Piora das contas públicas: Com o aumento da taxa é prejudicada também as contas públicas, por aumentarem as despesas com juros da dívida pública. Em doze meses, até outubro de 2024, a despesa com juros somou R$869 bilhões (7,57% do PIB). Com isso, o endividamento avançou para 78,6% do PIB, patamar alto para países emergentes;
  • Impacto nos investimentos: investimentos como renda fixa, Tesouro Direto e Debêntures, por conta de terem menor rendimento, com o passar do tempo, do que seria registrado como juros baixos. Esse cenário de juros elevados da Selic enfraquece o mercado de investimentos, pois investidores buscam alternativas mais seguras e rentáveis, como os títulos públicos, em detrimento de investimentos produtivos.

O comportamento do consumidor fica mais contido relacionado ao consumo, até por conta da dificuldade de investir, o que impacta negativamente o PIB (Produto Interno Bruto), emprego e renda.

As altas taxas de juros Selic não só aumentam o custo do crédito, dificultando o financiamento de novos projetos e a expansão das empresas, como também desestimulam o consumo, já que os consumidores tendem a gastar menos quando o crédito é mais caro.

Além disso, há um impacto no crescimento econômico a longo prazo, uma vez que a inovação e o desenvolvimento empresarial são prejudicados pela falta de recursos financeiros acessíveis.

Imagem destacada/Reprodução/IPEA/Simon Kadula/Unsplash

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