CDI ou LCI/LCA? Na hora de investir, muitas pessoas ficam em dúvida entre aplicações atreladas ao CDI e os títulos LCI e LCA. Ambos são investimentos de renda fixa e oferecem boa segurança, mas possuem características distintas que impactam a rentabilidade final.
O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é uma taxa de referência utilizada para calcular os rendimentos de diversas aplicações financeiras, como CDBs, LCIs, LCAs e Fundos DI. Já as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos emitidos por bancos para captar recursos e possuem um diferencial importante: são isentos de Imposto de Renda para pessoa física.
Com isso, surge a pergunta: qual dessas opções rende mais e qual é a melhor escolha para cada investidor? CDI ou LCI/LCA? A resposta depende de fatores como liquidez, prazo do investimento e taxa oferecida pelo banco emissor.
Índice de conteúdos:
O que é CDI e como funciona?
O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um dos principais indicadores da renda fixa no Brasil e serve como referência para a rentabilidade de diversos investimentos. Ele representa a taxa média dos empréstimos de curtíssimo prazo que os bancos fazem entre si para garantir que suas contas fechem no final do dia.
CDI como referência para investimentos
Os investimentos de renda fixa utilizam o CDI como benchmark, ou seja, uma referência para definir sua rentabilidade.
O rendimento de produtos como CDBs, LCIs, LCAs, fundos DI e debêntures costuma ser expresso como um percentual do CDI, por exemplo, 100% do CDI, 110% do CDI ou 85% do CDI. Quanto maior o percentual, maior o retorno para o investidor.
Relação entre CDI e Selic
A taxa CDI acompanha de perto a taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia. Isso ocorre porque ambas estão relacionadas ao custo do dinheiro no sistema bancário.
Quando a Selic sobe, o CDI também tende a subir, tornando os investimentos atrelados a ele mais rentáveis. Da mesma forma, quando a Selic cai, o CDI e a rentabilidade dos investimentos em renda fixa também diminuem.
Exemplos de investimentos atrelados ao CDI
O CDI influencia diversos ativos de renda fixa, sendo os mais comuns:
- CDBs (Certificados de Depósito Bancário): Emitidos por bancos para captação de recursos, oferecem rentabilidade baseada no CDI e variam conforme prazo e emissor.
- LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio): Títulos isentos de Imposto de Renda, geralmente atrelados a um percentual do CDI.
- Fundos DI: Fundos que investem majoritariamente em títulos públicos e acompanham de perto o CDI.
Investidores que buscam segurança e previsibilidade costumam optar por aplicações que acompanham o CDI, pois ele reflete as condições do mercado de juros no Brasil.
O que são LCI e LCA?
As LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) são títulos de renda fixa emitidos por bancos para financiar setores estratégicos da economia: mercado imobiliário e agronegócio, respectivamente.
Esses títulos são atrativos porque combinam rentabilidade interessante com isenção de Imposto de Renda para pessoa física, tornando-os uma alternativa eficiente dentro do mercado de renda fixa.
Principais Características das LCIs e LCAs
As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são investimentos de renda fixa utilizados por investidores que buscam segurança e boa rentabilidade.
Emitidas por bancos, essas aplicações têm como principal atrativo a isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas, tornando-se alternativas vantajosas em comparação com outros produtos, como CDBs e fundos de renda fixa.
Além da rentabilidade atrelada ao CDI, IPCA ou a uma taxa prefixada, as LCIs e LCAs contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o que aumenta sua segurança até o limite de R$250 mil por CPF e instituição financeira.
No entanto, é importante estar atento a algumas particularidades, como a liquidez reduzida, já que muitas dessas aplicações exigem um prazo mínimo de permanência antes do resgate.
Confira as principais características das LCIs e LCAs, incluindo suas regras de rentabilidade, prazos, riscos e como escolher a melhor opção para sua carteira de investimentos.
Isenção de imposto de renda
Diferente de CDBs e Tesouro Direto, que possuem tributação de IR sobre os rendimentos, as LCIs e LCAs são isentas de IR para pessoas físicas, o que pode resultar em maior rentabilidade líquida.
Prazos e liquidez
Geralmente, as LCIs e LCAs possuem um prazo mínimo de 90 dias para resgate, podendo ser mais longos dependendo do banco emissor. Existem opções com liquidez diária, mas a maioria exige que o investidor mantenha o capital aplicado até o vencimento.

Rentabilidade e indexação
As LCIs e LCAs podem ter diferentes formas de rentabilidade:
- Pós-fixadas: Rendendo um percentual do CDI, como 95% ou 100% do CDI.
- Prefixadas: Com uma taxa fixa definida no momento da aplicação.
- Atreladas à Inflação: Rendendo IPCA + uma taxa fixa.
Proteção pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC)
Assim como os CDBs, as LCIs e LCAs possuem a proteção do FGC, que garante até R$ 250 mil por instituição e por CPF, com um limite global de R$ 1 milhão a cada quatro anos.
Acessibilidade
Os valores mínimos de aplicação variam conforme a instituição financeira. Algumas LCIs e LCAs exigem aportes de R$ 5.000 ou mais, enquanto outras permitem investimentos a partir de R$ 1.000.

Comparação entre CDI ou LCI/LCA Qual rende mais?
A escolha entre investir em ativos atrelados ao CDI ou em LCIs e LCAs depende de diversos fatores, como rentabilidade líquida, liquidez e perfil do investidor.
Muitas vezes, um investidor pode se deparar com uma LCI ou LCA que oferece um percentual do CDI menor do que um CDB, mas que, ao final do período, rende mais devido à isenção do Imposto de Renda.
Além disso, a liquidez também deve ser considerada, pois enquanto os CDBs atrelados ao CDI costumam permitir resgates diários, LCIs e LCAs possuem prazos mínimos, o que pode impactar o planejamento financeiro. A seguir, vamos analisar em detalhes esses fatores para entender qual investimento pode ser mais vantajoso.
Rentabilidade Bruta x Rentabilidade Líquida: CDI ou LCI/LCA
Ao avaliar um investimento, muitos investidores olham apenas a rentabilidade bruta sem considerar os descontos que impactam os ganhos finais no CDI ou LCI/LCA.
No caso das aplicações atreladas ao CDI, como CDBs e Fundos DI, há a incidência de Imposto de Renda, que segue uma alíquota regressiva conforme o tempo de aplicação.
Investimentos resgatados em até 180 dias são tributados em 22,5%, entre 181 e 360 dias a alíquota cai para 20%, de 361 a 720 dias a tributação é de 17,5% e, para aplicações superiores a 720 dias, a cobrança é de 15%. Já as LCIs e LCAs são isentas de imposto, o que significa que toda a rentabilidade oferecida pelo banco é repassada integralmente ao investidor.
Esse fator pode fazer com que uma LCI que pague 90% do CDI tenha um retorno líquido maior do que um CDB que pague 100% do CDI, após a incidência do imposto. Antes de investir, é fundamental comparar a rentabilidade líquida para entender qual opção realmente rende mais.
Liquidez: Qual é mais fácil de resgatar para CDI ou LCI/LCA?
Os investimentos atrelados ao CDI, como CDBs e Fundos DI, geralmente oferecem liquidez diária, permitindo que o investidor resgate o dinheiro a qualquer momento sem perdas significativas.
Isso faz com que esses ativos sejam uma excelente opção para quem busca flexibilidade no resgate e para aqueles que desejam formar uma reserva de emergência. Já as LCIs e LCAs possuem prazos mínimos estabelecidos pelo Banco Central, o que significa que o investidor não pode sacar os recursos antes do vencimento.
Esses prazos variam de acordo com cada título, mas, em geral, há opções com vencimento mínimo de 90 dias para aplicações de curto prazo, 180 dias para investimentos intermediários e prazos entre um e três anos para opções de longo prazo.
Essa menor liquidez pode ser um problema para quem não tem certeza se precisará dos recursos antes do vencimento, tornando essencial um bom planejamento financeiro antes de optar por esses investimentos.
Risco de crédito e segurança
No quesito segurança, tanto os CDBs atrelados ao CDI ou LCI/LCA são protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que assegura até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira. Isso significa que, mesmo se o banco emissor enfrentar problemas financeiros, o investidor poderá recuperar o valor aplicado dentro desse limite.
A principal diferença entre esses investimentos está no objetivo da captação de recursos. Enquanto as LCIs e LCAs são emitidas por bancos para financiar setores específicos, como o imobiliário e o agronegócio, os CDBs utilizam o CDI como referência para captar recursos de maneira geral.
Em termos de segurança, ambos são protegidos pelo FGC, mas a liquidez e a rentabilidade podem variar de acordo com a estratégia do investidor.
Exemplos práticos: Quando escolher CDI ou LCI/LCA?
Para quem precisa de liquidez imediata e um investimento de baixo risco, os ativos atrelados ao CDI, como CDBs e Fundos DI, são a melhor escolha. Eles permitem que o investidor resgate os valores a qualquer momento sem sofrer impactos significativos na rentabilidade.
Dessa forma, esses produtos são ideais para a formação de uma reserva de emergência, garantindo acesso rápido aos recursos sempre que necessário.

Já para quem possui um objetivo de médio ou longo prazo, as LCIs e LCAs podem ser mais vantajosas. Como esses títulos são isentos de imposto de renda, sua rentabilidade líquida pode ser superior à de um CDB, mesmo quando oferecem um percentual menor do CDI.
Isso ocorre porque os rendimentos do CDB sofrem a incidência de tributação, enquanto os ganhos das LCIs e LCAs são integralmente repassados ao investidor.
Além disso, em um cenário de juros elevados, os investimentos atrelados ao CDI podem apresentar maior rentabilidade, mas caso a taxa Selic esteja em queda, os títulos isentos de imposto podem se tornar mais atrativos.
Vantagens e desvantagens do CDI e da LCI/LCA
Os investimentos atrelados ao CDI possuem vantagens como a liquidez diária em alguns produtos, o fácil acesso a diversas aplicações disponíveis no mercado e o baixo risco, uma vez que muitos desses ativos são protegidos pelo FGC.
No entanto, uma das principais desvantagens desses investimentos é a tributação do imposto de renda sobre os rendimentos, o que pode reduzir os ganhos líquidos do investidor.
Além disso, dependendo do cenário econômico, pode haver momentos em que os ativos atrelados ao CDI rendem menos do que as LCIs e LCAs no longo prazo.
Por outro lado, as LCIs e LCAs apresentam a grande vantagem da isenção de imposto de renda para pessoa física, o que aumenta a rentabilidade líquida.
Esses ativos são uma excelente opção para quem deseja investir no médio e longo prazo com maior previsibilidade de retorno. Outra vantagem é a proteção pelo FGC, garantindo segurança ao investidor.
No entanto, há algumas desvantagens que devem ser consideradas, como a baixa liquidez devido ao prazo de carência obrigatório e a disponibilidade limitada, já que nem sempre há boas taxas de LCI e LCA no mercado.
Como escolher entre CDI ou LCI/LCA para sua carteira de investimentos?
Para tomar a melhor decisão entre investir em ativos atrelados ao CDI ou em LCIs e LCAs, é necessário considerar três fatores principais.
O primeiro é o prazo do investimento, pois se houver necessidade de liquidez, o CDI é a melhor opção, enquanto se for possível manter o dinheiro investido por mais tempo, LCIs e LCAs podem render mais.
O segundo fator a ser analisado é a rentabilidade líquida, já que é essencial comparar os ganhos após os descontos de impostos e taxas para entender qual aplicação oferece o melhor retorno final.
Por fim, o cenário econômico também deve ser levado em conta, pois quando a Selic está alta, os investimentos atrelados ao CDI tendem a ser mais vantajosos, enquanto quando a Selic está em queda, LCIs e LCAs podem se tornar mais rentáveis devido à isenção de impostos.
Ao analisar esses aspectos, o investidor pode encontrar a melhor estratégia para equilibrar rentabilidade entre CDI ou LCI/LCA, segurança e liquidez em sua carteira de investimentos, garantindo que seus recursos sejam alocados da forma mais eficiente possível de acordo com seus objetivos financeiros.

O CDI ou LCI/LCA são opções seguras e rentáveis, mas cada um tem vantagens e desvantagens que devem ser analisadas de acordo com os objetivos do investidor.
Se você precisa de liquidez, um CDB atrelado ao CDI pode ser a melhor escolha. Por outro lado, se pode manter o dinheiro investido por mais tempo e deseja maximizar seus ganhos, LCIs e LCAs podem render mais por conta da isenção de imposto de renda.
Agora que você conhece as diferenças entre CDI ou LCI/LCA, já sabe qual faz mais sentido para seu investimento?