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Kamala vs Trump: Como as eleições nos EUA podem impactar na economia brasileira

A disputa entre Kamala vs Trump  na eleição presidencial dos Estados Unidos, que ocorre em 5 de novembro de 2024, desperta grande interesse no cenário internacional, especialmente pelo impacto que os resultados podem ter em outras economias, como a brasileira. 

Kamala vs Trump apresentam propostas econômicas que podem influenciar as relações comerciais e a estabilidade financeira do Brasil.

Neste artigo, veja  como a eleição Kamala vs Trump e a  vitória de cada candidato pode repercutir na economia brasileira, analisando os aspectos de protecionismo, câmbio, e investimento em sustentabilidade.

A candidatura de Donald Trump e seus potenciais efeitos no Brasil

Donald Trump é reconhecido por suas políticas protecionistas, voltadas para o fortalecimento da economia americana e a redução de dependências externas. Durante seu mandato anterior, Trump aplicou tarifas elevadas em importações de diversos países, com foco especial na China. 

Seu discurso eleitoral em 2024 indica que, se eleito, ele pode continuar ou até intensificar essas medidas, o que afeta diretamente as exportações brasileiras.

Políticas protecionistas e o agronegócio brasileiro

A postura protecionista de Trump poderia trazer desafios significativos ao agronegócio brasileiro, um setor crucial para a economia do país e responsável por uma parcela considerável das exportações brasileiras aos Estados Unidos. 

Produtos como soja, carne, milho e açúcar, que competem diretamente com a produção americana, se tornariam menos competitivos caso Trump decida impor tarifas sobre as importações brasileiras.

Esse aumento nos custos dos produtos brasileiros reduziria a competitividade do Brasil no mercado norte-americano, levando à perda de participação em um dos seus principais destinos de exportação. 

Além disso, a dependência de mercados externos, principalmente o americano e o chinês, significa que o setor pode enfrentar dificuldades não só em aumentar suas exportações, mas também em manter as que já existem. 

Esse impacto direto na balança comercial poderia reduzir as receitas do setor, pressionando a cadeia produtiva brasileira e impactando o PIB do país. 

Em um cenário onde o agronegócio representa uma base sólida para a geração de empregos e para a economia como um todo, uma postura protecionista de Trump exigiria que o Brasil buscasse diversificação em seus mercados de exportação ou enfrentasse possíveis crises setoriais.

Desvalorização do real e inflação no Brasil

A possível reeleição de Trump e suas políticas protecionistas poderiam provocar uma valorização do dólar, resultando em um real mais fraco. 

A consequência imediata de um real desvalorizado é o aumento dos custos de importação, incluindo produtos essenciais como combustíveis, maquinário e insumos industriais. Esse encarecimento pressiona a inflação, impactando o poder de compra dos brasileiros e, em particular, os setores de alimentos e combustíveis, onde o Brasil é sensível a oscilações cambiais. 

A inflação elevada exige medidas corretivas do Banco Central do Brasil, como o aumento da taxa de juros para conter a alta dos preços, o que encarece o crédito e desestimula o consumo e os investimentos internos. Essa situação cria um ciclo de desaceleração econômica que pode impactar diretamente o desenvolvimento do país. 

Adicionalmente, o efeito cambial pode trazer volatilidade ao mercado financeiro brasileiro, desestabilizando a confiança dos investidores e reduzindo o apetite por investimentos estrangeiros no país.

Relações comerciais e diplomáticas

A abordagem isolacionista de Trump, focada no lema “América em Primeiro Lugar,” pode dificultar a cooperação diplomática e enfraquecer as relações comerciais entre Brasil e EUA. 

Em 2023, o comércio bilateral entre os países movimentou cerca de US$ 75 bilhões, com o Brasil exportando produtos essenciais, como petróleo, aço e produtos agrícolas. 

No entanto, uma postura protecionista e o aumento de tarifas e restrições de importação podem reduzir significativamente esses números, dificultando o crescimento das exportações brasileiras.

Além disso, Trump tende a evitar acordos comerciais multilaterais e a preferir acordos bilaterais altamente favoráveis aos EUA. Isso limita a possibilidade de o Brasil negociar melhores condições para suas exportações e alcançar novos mercados. 

O isolamento americano em temas globais, como o meio ambiente e mudanças climáticas, pode prejudicar a imagem do Brasil em fóruns internacionais e enfraquecer parcerias em áreas de interesse mútuo, como sustentabilidade, ciência e tecnologia. 

Com Trump no poder, o Brasil poderia enfrentar dificuldades em alinhar suas políticas com as diretrizes globais de desenvolvimento sustentável, dificultando a captação de investimentos em áreas emergentes e de economia verde.

 kamala vs trump
(Reprodução: Pixabay)

A candidatura de Kamala Harris e oportunidades para a economia brasileira

Kamala Harris representa uma continuidade das políticas implementadas pelo governo Biden, trazendo uma abordagem mais colaborativa e voltada para acordos internacionais. Sua vitória pode marcar um período de estabilidade nas relações econômicas e diplomáticas entre EUA e Brasil, além de abrir novas oportunidades para setores brasileiros, especialmente aqueles que priorizam a sustentabilidade e a inovação.

Estabilidade nas relações comerciais

Caso eleita, Harris deve manter uma postura multilateral que favoreça uma dinâmica comercial mais previsível e cooperativa com o Brasil. Essa estabilidade evita oscilações bruscas nas políticas de importação e exportação, o que é altamente benéfico para empresas brasileiras que dependem do mercado americano. 

Setores como o agronegócio, mineração e indústria manufatureira poderão se beneficiar de um cenário de menor volatilidade, conseguindo expandir sua participação nos EUA sem o receio de mudanças repentinas em tarifas ou restrições comerciais.

Além disso, Harris tem um histórico favorável às parcerias internacionais em temas como meio ambiente e sustentabilidade, o que pode fortalecer a imagem do Brasil como um parceiro estratégico nas agendas climáticas globais. 

A manutenção e possível ampliação de acordos bilaterais podem facilitar a entrada de produtos brasileiros no mercado americano, incentivar a exportação de bens de alto valor agregado e atrair investimentos diretos dos EUA. 

Esse fortalecimento dos laços comerciais oferece ao Brasil uma oportunidade de expandir suas exportações, contribuindo para um crescimento mais equilibrado e sustentável da economia nacional.

Impactos positivos no câmbio e na inflação brasileira

As políticas econômicas de Kamala Harris, focadas em maior assistência social e redução de impostos para a classe média e baixa dos EUA, podem estimular o consumo interno, gerando uma pressão inflacionária controlada naquele país. 

Essa dinâmica pode ser benéfica para o Brasil, pois é provável que Harris adote uma política econômica que minimize a valorização excessiva do dólar. Um dólar mais estável facilita o controle inflacionário no Brasil, que enfrenta dificuldades diante de um real depreciado e altos custos de importação.

Com uma taxa de câmbio mais equilibrada, o Banco Central do Brasil ganha margem para adotar uma política de juros menos restritiva, favorecendo o acesso ao crédito e impulsionando o consumo interno. 

Isso pode criar um ambiente mais favorável ao crescimento econômico, estimulando investimentos em infraestrutura, indústria e tecnologia. 

A estabilidade cambial também gera confiança no mercado, atraindo capital estrangeiro para setores estratégicos, o que é crucial para o desenvolvimento sustentável do país.

Incentivos para setores sustentáveis e o potencial brasileiro

Kamala Harris se comprometeu com políticas de incentivo à sustentabilidade, o que pode gerar um ambiente fértil para empresas brasileiras que atuam em setores como energia renovável, mineração sustentável e tecnologia limpa. 

A demanda crescente por minerais críticos, como níquel e cobalto, necessários para a transição energética, abre uma oportunidade valiosa para o Brasil se consolidar como fornecedor estratégico para os EUA. 

Empresas brasileiras de mineração, como a Vale, estão bem posicionadas para atender a essa demanda e fortalecer sua presença no mercado americano.

No setor de energias renováveis, empresas como a WEG, que atua com soluções de energia solar e eólica, podem se beneficiar do alinhamento com as políticas verdes de Harris. A preferência dos EUA por fornecedores que adotam práticas sustentáveis impulsiona as empresas brasileiras, aumentando sua competitividade e relevância no mercado global. 

Harris também tende a atrair investimentos para o Brasil em projetos de baixo impacto ambiental, uma vez que fundos internacionais buscam cada vez mais ativos sustentáveis em mercados emergentes.

A agenda ambiental de Harris pode, ainda, catalisar o desenvolvimento de novos setores no Brasil, incentivando a pesquisa e inovação em energias limpas e práticas de baixo carbono. Esse impulso traria benefícios não apenas econômicos, mas também ambientais, promovendo o Brasil como um dos líderes globais em sustentabilidade.

 kamala vs trump
(Reprodução: Pixabay)

Comparação dos impactos de Kamala vs Trump na economia brasileira

Ao comparar os potenciais efeitos das políticas de Kamala vs Trump na economia brasileira, é evidente que ambos possuem visões distintas, com abordagens que podem influenciar o Brasil de formas diversas e impactar setores estratégicos do país.

As políticas comerciais de Kamala vs Trump representam o contraste entre protecionismo e cooperação. Trump adota uma postura protecionista, impondo tarifas elevadas que limitam o acesso de produtos brasileiros ao mercado americano, especialmente em setores como o agronegócio e a mineração. 

Isso encarece as exportações brasileiras e reduz a competitividade do país nos EUA, o que pode desestimular o comércio bilateral. Em contrapartida, Harris prioriza uma abordagem multilateral, favorecendo acordos bilaterais que beneficiam tanto os EUA quanto o Brasil. 

Sua postura cooperativa facilita o comércio exterior e aumenta a previsibilidade nas transações comerciais, o que é vantajoso para empresas brasileiras que dependem do mercado americano.

No aspecto do câmbio e da inflação, a vitória de Trump pode reforçar um dólar mais forte, o que desvaloriza o real e aumenta a inflação no Brasil. Essa valorização da moeda americana eleva o custo de produtos importados, impactando o preço de bens essenciais, como combustíveis e alimentos.

Em um cenário de alta inflacionária, o Banco Central do Brasil poderia ser pressionado a aumentar as taxas de juros, o que inibe o crescimento econômico e encarece o crédito. Harris, por sua vez, tende a implementar políticas fiscais que promovem uma menor valorização do dólar, possibilitando uma maior estabilidade cambial para o Brasil. Isso pode controlar a inflação local, fortalecendo o poder de compra dos brasileiros e contribuindo para um ambiente econômico mais equilibrado.

A sustentabilidade também é um ponto de divergência significativo entre os dois candidatos. Trump mostra menor inclinação para políticas verdes, o que dificulta o alinhamento de investimentos americanos em projetos de energias renováveis no Brasil. 

Essa ausência de incentivo limita as oportunidades para empresas brasileiras focadas em sustentabilidade. Harris, comprometida com uma agenda ambiental mais robusta, propõe incentivos a energias limpas, o que pode beneficiar diretamente setores brasileiros de energias renováveis e mineração sustentável. 

Empresas brasileiras como WEG e Vale poderiam se tornar fornecedoras estratégicas de tecnologias e minerais críticos necessários para a transição energética dos EUA, o que ampliaria as oportunidades de exportação e atração de investimentos para o Brasil.

Em relação às relações diplomáticas, Trump adota uma postura isolacionista, priorizando os interesses internos dos EUA e dificultando a formação de parcerias estratégicas. Essa atitude reduz o potencial de colaboração com o Brasil em áreas como ciência, tecnologia e inovação. 

Harris, em contraste, aposta em uma aproximação multilateral, valorizando a diplomacia e a construção de alianças internacionais. Sua abordagem favorece o Brasil como parceiro em iniciativas ambientais e tecnológicas, aumentando as possibilidades de parcerias estratégicas e investimentos em setores inovadores. 

Dessa forma, a eleição de Harris pode representar para o Brasil uma maior previsibilidade nas políticas econômicas, incentivos ao desenvolvimento sustentável e um fortalecimento das relações comerciais e diplomáticas com os EUA, enquanto as políticas de Trump tendem a ser mais restritivas e focadas na proteção do mercado interno americano, trazendo desafios para a competitividade e a estabilidade econômica brasileira.

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(Reprodução: PIxabay)

Conclusão

A escolha entre Kamala vs Trump como presidente dos EUA é fundamental para a economia global e, particularmente, para o Brasil. 

Com uma postura protecionista e focada em políticas que favorecem a economia americana, Trump pode criar desafios para a economia brasileira, com aumento de tarifas e um câmbio desfavorável que eleva a inflação no Brasil. 

Por outro lado, Harris representa a continuidade de uma política internacional mais aberta e cooperativa, que beneficia setores sustentáveis e proporciona maior estabilidade nas relações comerciais.

A vitória de Trump exigiria que o Brasil buscasse alternativas, como a diversificação das exportações e o fortalecimento de laços comerciais com outros países, para minimizar os impactos de políticas protecionistas. 

Já com Harris, o Brasil poderia aproveitar oportunidades para expandir seus mercados de exportação e atrair investimentos em áreas de energia limpa e mineração sustentável. Assim, o próximo presidente dos EUA desempenhará um papel importante no cenário econômico brasileiro, influenciando desde o câmbio até o desenvolvimento de setores estratégicos no país. Quer planejar o seu futuro financeiro, conte com o auxílio de um Assessor de investimentos.

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