O Banco Central do Brasil divulgou nesta segunda-feira (10) o novo Boletim Focus, baseado em dados coletados de mais de 100 instituições financeiras na última semana. Especialistas apontam estabilidade de 2,01% para o PIB deste ano, enquanto a inflação pode subir até 5,68%.
A Selic demora aproximadamente 18 meses para impactar diretamente a economia, após a definição de uma nova taxa. Com isso, o Banco Central deve ajustar os juros para equilibrar a inflação sob controle dentro do prazo. O teto da meta para 2025 está cada vez mais distante do previsto, alcançando 4,5%.
Neste momento, o Banco Central mira na expectativa de inflação até 2026. Se a inflação ficar fora do intervalo por seis meses comparada com a meta estabelecida, a meta é considerada descumprida. Neste caso, o Banco Central deve encaminhar uma carta pública ao Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para esclarecer os motivos.
Em 2024, com o estouro da meta de inflação, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, enviou uma carta ao ministro, explicando que o resultado negativo foi influenciado pela atividade econômica, pela desvalorização do real e por extremos climáticos.
A partir de 2025, com a implementação do sistema de meta contínua, a inflação terá como alvo 3%, sendo considerada dentro do esperado se variar entre 1,5% e 4,5%.

Desde janeiro, a inflação acumulada em 12 meses vem sendo analisada em relação ao objetivo estipulado e ao limite de tolerância. O Banco Central também reconheceu recentemente a possibilidade de a meta ser descumprida novamente em junho, caso a inflação permaneça por seis meses consecutivos acima de 4,5%.
Confira alguns dos resultados da pesquisa divulgada pelo Boletim Focus, para a base de inflação:
- Para 2026, a expectativa ficou estável em 4,40%;
- Para 2027, a expectativa permaneceu em 4%
- Para 2028, a expectativa permaneceu em 3,75%.

As projeções do novo Boletim Focus para as taxas de juros e PIB
No final de janeiro deste ano, o Banco Central elevou a taxa de juros pela quarta vez seguida, alcançando 13,25% ao ano. Ainda que possa aumentar novamente em março, especialistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a taxa básica de juros.
Para o fim de 2025, a projeção para a Selic permaneceu em 15%. Já em 2026, a projeção foi mantida em 12,50% ao ano. E para 2027, para 10,50%.
A projeção do Produto Interno Bruto (PIB), ficou estável em 2,01% para 2025. Já para 2026, a previsão de alta do PIB ficou em 1,70%.
O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. E essa soma indica a evolução da economia por um determinado período.

Outras projeções
Segundo o BC, a projeção do dólar para o fim de 2025 é de R$5,99, permanecendo a mesma base. Já para o final de 2026, a estimativa ficou em R$6.
O saldo da balança comercial (exportações menos importações) em 2025, a projeção ficou estável em US$76,8 bilhões de superávit. E para 2026, a expectativa é de que o saldo positivo avance de US$79,05 bilhões para US$79,4 bilhões de superávit.
Para investimentos estrangeiros, a previsão para entrada ficou em US$70 bilhões, em 2025. E em 2026, a estimativa de recursos estrangeiros recuou de US$74,5 bilhões para US$73,25 bilhões.
Quanto maior é a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente as de baixa renda. Isso acontece porque o preço dos produtos aumentam, e o valor do salário não acompanha esse crescimento.
Imagem destaque: Agência Brasil