A dúvida entre investir no CDI ou poupança é muito comum entre os brasileiros que desejam fazer seu dinheiro render sem correr grandes riscos.
A poupança é conhecida pela simplicidade e isenção de imposto de renda, enquanto o CDI está presente em diversas aplicações de renda fixa, como CDBs, LCIs e LCAs, oferecendo retornos mais atrativos.
Mas, afinal, qual opção rende mais? Neste guia completo, vamos explorar o funcionamento dessas duas modalidades de investimento, suas vantagens, desvantagens e a melhor escolha para cada perfil de investidor.
Você sabe realmente quanto seu dinheiro pode render na poupança ou em um investimento atrelado ao CDI? Continue lendo e descubra qual rende mais CDI ou poupança!
Índice de conteúdos:
O que é o CDI e como ele funciona?
O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um dos principais indicadores do mercado financeiro brasileiro. Ele representa a taxa média dos empréstimos realizados entre bancos, servindo como referência para a rentabilidade de diversos investimentos de renda fixa.
Sempre que um banco precisa de liquidez, ele pode captar recursos junto a outra instituição financeira, pagando uma taxa de juros que acompanha de perto a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira.
A taxa do CDI influencia diretamente investimentos como CDBs, LCIs, LCAs e Fundos DI, que costumam oferecer rentabilidade atrelada a um percentual do CDI. Dessa forma, quando a Selic sobe, o CDI também aumenta, tornando esses investimentos mais atrativos. Por outro lado, quando a Selic cai, o CDI acompanha essa queda, reduzindo os rendimentos dos ativos indexados a ele.
Principais investimentos atrelados ao CDI
O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é amplamente utilizado como referência para diversos investimentos de renda fixa, servindo como um parâmetro essencial para a comparação de rentabilidade entre diferentes aplicações.
Por estar diretamente ligado à taxa Selic, sua variação impacta significativamente os rendimentos de diversos ativos financeiros, tornando-o uma das métricas mais relevantes para quem busca segurança e previsibilidade nos investimentos. Entre os principais investimentos atrelados ao CDI, destacam-se:
CDBs (Certificados de Depósito Bancário)
Os CDBs são títulos emitidos por bancos para captar recursos junto aos investidores, funcionando como um empréstimo que o investidor faz à instituição financeira. Em troca, o banco oferece um rendimento que pode ser pós-fixado, prefixado ou híbrido.
No caso dos CDBs pós-fixados, a rentabilidade está diretamente atrelada ao CDI, sendo expressa como um percentual dessa taxa.
Bancos grandes costumam oferecer CDBs com rentabilidades em torno de 90% a 100% do CDI, enquanto bancos médios e digitais podem pagar 110% a 120% do CDI ou mais, pois precisam captar mais recursos no mercado.
No entanto, é fundamental analisar o risco do banco emissor, já que instituições menores podem apresentar maior risco de crédito.
Uma das grandes vantagens do CDB é a proteção pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que assegura investimentos de até R$ 250 mil por CPF e por instituição em caso de falência do banco emissor.
Além disso, existem CDBs com liquidez diária, que permitem resgates a qualquer momento, sendo uma alternativa interessante para reservas de emergência.
LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio)
As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) são títulos emitidos por instituições financeiras para financiar setores específicos, como o imobiliário e o agronegócio.
Diferente dos CDBs, esses investimentos possuem uma grande vantagem: isenção de Imposto de Renda para pessoa física, o que pode aumentar significativamente a rentabilidade líquida.
Assim como os CDBs, as LCIs e LCAs também são remuneradas a um percentual do CDI. No entanto, por serem isentas de tributação, mesmo uma LCI que paga 90% do CDI pode ser mais rentável do que um CDB que paga 100% do CDI, pois não há desconto de imposto na rentabilidade final.

Apesar desse benefício, esses ativos costumam ter prazos mínimos de carência, o que significa que o investidor só poderá resgatar o dinheiro após um determinado período, geralmente 90, 180 ou 365 dias.
Por esse motivo, são mais indicados para quem pode manter o capital investido sem necessidade de liquidez imediata. Além disso, LCIs e LCAs também são protegidas pelo FGC, garantindo maior segurança ao investidor.
Fundos DI (Fundos de Investimento Referenciados no CDI)
Os Fundos DI são fundos de investimento que aplicam a maior parte do patrimônio em títulos de renda fixa pós-fixados, como Tesouro Selic, CDBs e compromissadas lastreadas em títulos públicos. Seu principal objetivo é replicar o desempenho do CDI, proporcionando ao investidor uma rentabilidade próxima a essa taxa.
Os Fundos DI são amplamente utilizados para reserva de liquidez, pois permitem resgates rápidos e funcionam como uma alternativa prática para manter o dinheiro rendendo acima da poupança. No entanto, alguns pontos devem ser considerados antes de investir:
- Taxas de administração: Muitos Fundos DI cobram taxas que variam entre 0,2% e 1% ao ano, o que pode reduzir significativamente a rentabilidade líquida, especialmente em períodos de juros baixos.
- Tributação: Fundos DI estão sujeitos à cobrança de Imposto de Renda, seguindo a tabela regressiva, além do come-cotas, que antecipa parte da tributação a cada semestre.
Para quem busca alternativas mais rentáveis, CDBs e LCIs/LCA costumam ser melhores opções, especialmente quando oferecem percentuais elevados do CDI e apresentam isenção de imposto. Ainda assim, os Fundos DI continuam sendo uma opção viável para liquidez diária, principalmente para quem deseja um investimento prático e automatizado.
Outros investimentos atrelados ao CDI
Além dos investimentos mencionados, há outras aplicações que também utilizam o CDI como referência:
- Debêntures de empresas privadas pós-fixadas ao CDI, que podem oferecer rentabilidades elevadas, mas apresentam maior risco.
- Letras Financeiras (LFs), semelhantes aos CDBs, mas voltadas para grandes investidores e com prazos mais longos.
- Tesouro Selic, embora não siga diretamente o CDI, acompanha a Selic, que influencia diretamente esse índice.
Escolher entre essas opções depende do objetivo do investidor, do prazo de aplicação e da necessidade de liquidez. Para quem busca segurança e rentabilidade, CDBs de bancos médios e LCIs/LCA costumam oferecer os melhores retornos líquidos. Já para quem precisa de liquidez imediata, Fundos DI e CDBs com liquidez diária são as opções mais indicadas.
Independentemente da escolha, entender a rentabilidade líquida e os custos envolvidos é essencial para tomar decisões financeiras mais assertivas e garantir um melhor desempenho na carteira de investimentos.

Como funciona a Poupança?
A caderneta de poupança é uma das aplicações mais tradicionais no Brasil, sendo amplamente utilizada por investidores que buscam segurança e simplicidade. Seu funcionamento é simples: o investidor deposita um valor na conta poupança e, após um período, recebe uma rentabilidade fixa sobre o capital investido.
Embora a poupança seja um investimento acessível e de fácil compreensão, sua rentabilidade é considerada baixa quando comparada a outras opções de renda fixa, especialmente quando os juros da economia estão em queda. Isso ocorre porque a rentabilidade da poupança segue regras pré-definidas, limitando seu potencial de ganho.
Como é calculado o rendimento da poupança?
Desde 2012, a rentabilidade da poupança é definida por um sistema de cálculo baseado na taxa Selic, funcionando da seguinte forma:
- Se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês + TR (Taxa Referencial);
- Se a Selic estiver em 8,5% ao ano ou abaixo, a rentabilidade da poupança passa a ser de 70% da Selic + TR.
Além disso, a poupança possui uma peculiaridade: o rendimento ocorre somente na data de aniversário do depósito. Isso significa que, se o investidor sacar o dinheiro antes dessa data, não receberá os juros correspondentes ao período.
Vantagens da poupança
Apesar da rentabilidade limitada, a poupança ainda possui algumas vantagens que a tornam atraente para certos perfis de investidores, como:
- Isenção de Imposto de Renda: Diferente de outros investimentos de renda fixa, a poupança não sofre incidência de IR sobre os rendimentos.
- Liquidez Imediata: O investidor pode sacar o dinheiro a qualquer momento, sem burocracia.
- Simplicidade e Segurança: Não há necessidade de acompanhamento frequente do mercado, sendo uma opção de investimento prática e acessível.
Comparação entre CDI e Poupança: Qual rende mais?
Agora que compreendemos como o CDI ou poupança funcionam, é fundamental analisar qual desses investimentos oferece a melhor rentabilidade em diferentes cenários. Ambos são opções populares no Brasil, mas possuem características distintas que impactam diretamente os ganhos dos investidores.
Comparação de rentabilidade
A rentabilidade é um dos fatores mais importantes ao escolher um investimento. Para entender melhor a diferença entre CDI ou poupança, vamos considerar um cenário onde a taxa Selic está em 10% ao ano.
Como a poupança tem regras específicas de rendimento e o CDI acompanha a Selic, os resultados seriam os seguintes:
- Poupança: seu rendimento seria de 0,5% ao mês + Taxa Referencial (TR), totalizando aproximadamente 6,17% ao ano;
- CDI: como normalmente acompanha 97,5% da Selic, o CDI ficaria próximo de 9,75% ao ano.
Agora, vamos simular um investimento de R$ 10.000,00 aplicado por um ano entre CDI ou poupança:

- Poupança: o saldo final seria R$ 10.617,00;
- CDB 100% do CDI: o saldo final seria R$ 10.975,00 (antes dos impostos);
- LCI/LCA 100% do CDI: o saldo final seria R$ 10.975,00, mas sem imposto de renda, tornando essa opção ainda mais vantajosa.
A comparação entre CDI ou poupança demonstra que o CDI oferece rendimentos significativamente superiores aos da poupança, principalmente quando investido em produtos que pagam 100% do CDI ou mais.
Impacto do imposto de renda no CDI
Uma das diferenças fundamentais entre CDI ou poupança está na tributação. Enquanto a poupança é isenta de imposto de renda, os investimentos atrelados ao CDI podem ser tributados de acordo com a tabela regressiva do Imposto de Renda:
- Até 180 dias: 22,5% sobre o rendimento;
- De 181 a 360 dias: 20% sobre o rendimento;
- De 361 a 720 dias: 17,5% sobre o rendimento;
- Acima de 720 dias: 15% sobre o rendimento.
Mesmo com o desconto do imposto de renda, um CDB que paga 100% do CDI ainda consegue superar a poupança na maioria dos casos.
Para quem deseja evitar o impacto do imposto, existem alternativas como LCIs e LCAs, que oferecem rentabilidade próxima ao CDI, mas são isentas de imposto para pessoas físicas.
Qual escolher: CDI ou poupança?
A escolha entre CDI ou poupança deve levar em consideração o perfil do investidor, o prazo da aplicação e os objetivos financeiros.
CDI é melhor para quem?
O CDI é mais vantajoso para investidores que buscam maior rentabilidade e estão dispostos a explorar outras opções além da poupança. Ele é ideal para quem pode deixar o dinheiro investido por mais tempo, aproveitando a maior rentabilidade líquida.
Também é indicado para quem tem um conhecimento básico sobre investimentos e deseja comparar diferentes produtos financeiros.
Poupança é melhor para quem?
A poupança ainda pode ser uma escolha válida para quem precisa de liquidez imediata e quer acesso ao dinheiro sem restrições. Além disso, é uma opção para quem prefere simplicidade, já que não há necessidade de se preocupar com tributação ou prazos de resgate.
No entanto, mesmo nesses casos, vale a pena avaliar alternativas de renda fixa que ofereçam liquidez diária e uma rentabilidade mais atrativa. Com tantas opções disponíveis no mercado, será que vale a pena manter o dinheiro na poupança sabendo que existem alternativas mais rentáveis?
Estratégias para aumentar o retorno de CDI ou poupança
Para quem deseja rentabilidade maior sem abrir mão da segurança, existem algumas estratégias que podem otimizar os ganhos:
Optar por CDBs com rentabilidade elevada
Diferentes bancos oferecem CDBs com taxas mais atrativas, como 105%, 110% ou até 120% do CDI. Optar por instituições que oferecem rendimentos mais altos pode fazer uma grande diferença no longo prazo.
Escolher investimentos isentos de IR no CDI ou poupança
Alternativas como LCIs e LCAs são isentas de imposto de renda e podem oferecer rendimentos superiores a CDBs convencionais. Comparar taxas entre diferentes instituições é essencial para encontrar a melhor oportunidade.
Evitar resgates antes do prazo no CDI ou poupança
Para quem investe em produtos atrelados ao CDI, manter o dinheiro aplicado por mais tempo reduz o impacto do imposto de renda e maximiza a rentabilidade líquida. Resgatar investimentos antes do prazo pode comprometer os rendimentos e, em alguns casos, até gerar prejuízo devido à tributação mais alta nos primeiros meses.

A poupança ainda é um dos investimentos mais populares no Brasil, mas sua rentabilidade é limitada quando comparada a outras opções de renda fixa. Os investimentos atrelados ao CDI, como CDBs, LCIs e LCAs, oferecem retornos muito mais atrativos no médio e longo prazo.
Se o objetivo for apenas guardar dinheiro com acesso imediato, a poupança pode ser útil. No entanto, para quem busca crescimento patrimonial, aplicações indexadas ao CDI são muito mais vantajosas e seguras.
O investidor que deseja maior rentabilidade deve considerar alternativas como CDBs com taxas elevadas ou LCIs/LCAs isentas de imposto de renda. Agora que você conhece as diferenças entre CDI ou poupança, qual faz mais sentido para sua estratégia financeira?