Neste sábado (1º), no Congresso Nacional, deputados e senadores votam a nova composição das mesas diretoras para os próximos dois anos. Hugo Motta, do Republicanos, é favorito para a Presidência da Câmara, enquanto Davi Alcolumbre, do União Brasil, a do Senado.
Os presidentes eleitos serão responsáveis por articular respostas ao legislativo quanto à crise de emendas parlamentares, o que compõe o Congresso Nacional, ao Planalto e ao Supremo e também pela negociação da Lei Orçamentária. Essa é a prioridade do governo nas primeiras semanas do ano legislativo.
A definição da nova liderança do Congresso Nacional é essencial para a expectativa do futuro da Esplanada dos Ministérios. Com as disputas definidas, as negociações se concentram nos outros cargos e comissões permanentes do Congresso Nacional.
A posição de Lula para com a nova gestão do Congresso Nacional
Após uma sequência de desaprovação nas últimas pesquisas, o governo Lula ganha evidência com as novas presidências do Congresso Nacional. A taxa de rejeição do governo atual ultrapassou pela primeira vez a aprovação.
Em discurso, o presidente Lula disse que não vai interferir na disputa pelo Congresso Nacional. Isso pode aumentar o desafio de articulação do governo para com aliados e oposição na Câmara e no Senado. Lula ainda disse também que pretende criar uma boa relação com qualquer parlamentar que ocupar as lideranças da casa.
“O meu presidente do Senado é aquele que ganhar e da Câmara é aquele que ganhar. quem ganhar eu vou respeitar e vou estabelecer uma nova relação”, afirmou o presidente Lula em discurso.
Portanto, um bom trânsito com os novos presidentes do Congresso Nacional, Câmara e Senado, é fundamental para o governo conduzir a segunda metade do mandato. A boa relação, entretanto, exige articulação, barganha e disputa de defesa de interesses com outros partidos.
Em entrevista à CNN, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou que Lula tem ouvido as lideranças políticas para a definição de mudanças na Esplanada.
“Sem dúvidas que uma das questões que o técnico vai querer de todo o time, seja dos ministros que já estão atuando, ou daqueles que virão nos próximos dois anos, é a defesa do governo, defesa do projeto do governo, inclusive da disputa que vai ter em 2026”, afirmou Padilha à CNN.
A Reforma Ministerial para fortalecer a base aliada no Congresso
A possível reforma ministerial tem como objetivo fortalecer o apoio da base aliada no Congresso Nacional. Atualmente, muitos parlamentares de partidos do Centrão que fazem parte do governo continuam votando com a oposição.
Embora Republicanos e União Brasil tenham ministérios na atual gestão, isso não tem garantido uma base governista estável no Legislativo.
A escolha dos presidentes das casas legislativas é crucial, pois, juntamente com o Colégio de Líderes, eles definem quais projetos serão pautados e quando isso ocorrerá, influenciando diretamente a agenda do Congresso.
De acordo com o Barômetro do Poder, da Infomoney, o governo Lula encerrou o ano passado com o apoio consolidado de 203 dos 513 deputados e de 35 dos 81 senadores.
Imagem destacada: Congresso Nacional – Senado Federal e Câmara dos Deputados — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo