O Comitê de Política Monetária, Copom, eleva Selic nesta quarta-feira (19), após a segunda reunião do Banco Central. Com isso, a taxa volta ao mesmo patamar registrado durante o governo Dilma, quando ficou por mais de um ano em 14,25%.
O aumento era esperado pelos especialistas do mercado financeiro, o patamar foi elevado em 1 ponto percentual (p.p.), equiparando as crises dos anos de 2015 e 2016.
O comunicado do Copom sobre a nova alta cita o “cenário externo desafiador”, influenciado pela nova política de Donald Trump, nos Estados Unidos. Além disso, também analisa a inflação do governo atual do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Relatório Focus: Expectativas para inflação e Selic
Na segunda-feira (17), o Banco Central divulgou no relatório Focus que a expectativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), inflação oficial, está em 5,66%. Apesar de uma leve redução na projeção do IPCA para este ano, de 5,68% para 5,66%, a inflação está 1,16 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%.

O centro da meta é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual, pode ser para mais ou para menos.
Em trecho do comunicado do Copom eleva Selic, é sugerida uma nova alta da taxa, porém menor que 1 p.p. “Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”.
Para a próxima reunião, que acontecerá nos dias 6 e 7 de maio, o Banco Central já afirmou que a taxa Selic poderá ter novo aumento.
Em conversas com o G1, especialistas do mercado financeiro, também esperam novas projeções de crescimento da taxa nos próximos meses. Há projeção de que os juros possam chegar em torno de 15% até o final deste ano. As expectativas são negativas, pois se baseiam nos picos de inflação.
Copom eleva Selic na segunda reunião sob comando de Gabriel Galípolo
Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula, participou da segunda reunião como presidente do Banco Central. Ele assumiu a posição em janeiro deste ano.

Na primeira, os juros atingiram 13,25%.
Também é o segundo encontro da entidade onde a grande maioria dos participantes foi indicada pelo presidente, sendo os responsáveis pela decisão tomada.
Imagem destaque: O Banco Central. Reprodução/Andressa Anholete/Bloomberg