A participação das ações nas carteiras dos fundos de investimento brasileiros atingiu seu menor nível em 25 anos, conforme um relatório recente do BTG Pactual. Em novembro de 2024, as ações representavam apenas 8,3% da alocação total, uma queda significativa em relação aos 14% registrados antes da pandemia. Este fenômeno é atribuído ao aumento das taxas de juros, que tornaram a renda fixa mais atraente para os investidores.
Principais Pontos
- A participação das ações nos fundos de investimento caiu para 8,3%, o menor nível desde 2000.
- A alocação em ações começou 2024 em 10% e era de 14% antes da pandemia.
- O pico de alocação em ações ocorreu em 2007, com 22%.
- O aumento das taxas de juros, especialmente a Selic, impactou negativamente a atratividade das ações.
Queda Histórica na Alocação de Ações
O relatório do BTG Pactual destaca que a alocação de ações nos fundos de investimento brasileiros nunca foi tão baixa. Em comparação com anos anteriores, a participação das ações caiu drasticamente. Em 2003, mesmo com juros superiores a 26%, as ações representavam mais de 10% das carteiras. A tendência atual reflete uma mudança significativa no comportamento dos investidores, que estão cada vez mais buscando segurança em ativos de renda fixa.
Impacto das Taxas de Juros
O aumento das taxas de juros, especialmente a Selic, tem sido um fator crucial na redução da alocação em ações. Em dezembro de 2024, a Selic foi elevada para 12,25% ao ano, o maior aumento desde 2022. Essa elevação foi atribuída a incertezas externas e a um pacote fiscal do governo que gerou ruídos no mercado. Os analistas projetam que a Selic pode chegar a 14,75% em 2025, o que pode continuar a pressionar a alocação em ações.
Comparação com Anos Anteriores
A tabela abaixo ilustra a evolução da participação das ações nas carteiras dos fundos de investimento ao longo dos anos:
| Ano | Participação em Ações (%) |
|---|---|
| 2000 | 11,3 |
| 2003 | >10 |
| 2007 | 22 |
| 2019 | 15,2 |
| 2020 | 14 |
| 2024 | 8,3 |
O Que Esperar no Futuro?
Com a expectativa de que as taxas de juros permaneçam elevadas, os fundos de investimento devem continuar a priorizar a renda fixa em detrimento das ações. Essa mudança de estratégia pode impactar o desempenho do mercado de ações brasileiro, especialmente em um cenário onde a atividade econômica pode desacelerar devido ao custo do crédito mais alto.
Os investidores devem estar atentos a essas mudanças e considerar diversificar suas carteiras, buscando oportunidades que possam surgir em um ambiente de juros altos. A recuperação da alocação em ações pode depender de uma estabilização nas taxas de juros e de um ambiente econômico mais favorável.
Fontes
- Alocação de ações em fundos locais em novos mínimos históricos – BofA Por Investing.com, Investing.com Brasil – Finanças, Câmbio e Investimentos.
- Fundos de investimento brasileiros nunca esnobaram tanto a Bolsa como agora, O Globo.
- Participação das ações nas carteiras dos fundos atinge menor nível em 25 anos | Exame, Exame.
