Nesta quarta-feira (8), o Ibovespa fechou em 119 mil pontos e o dólar encerrou novamente em alta, impulsionado pela notícia de que Trump estaria avaliando o uso de medidas emergenciais para implementar novas tarifas comerciais.
O dólar à vista avançou 0,08%, fechando a R$ 6,1106. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou o dia com queda de 1,27%, aos 119.624,51 pontos, oscilando entre 121.160,25 na máxima e 119.800,84 na mínima da sessão.
Os mercados também avaliam os dados econômicos divulgados na terça-feira (7), que apontaram sinais de solidez na economia americana. Entre os indicadores, o número de vagas abertas em novembro superou as previsões, reforçando a resiliência do mercado de trabalho nos EUA. Já uma pesquisa do ISM revelou que o setor de serviços do país acelerou sua expansão em dezembro, representando uma grande fatia da economia.
O Impacto a Curto Prazo do Ibovespa e Dólar
O comportamento desta quarta-feira do Ibovespa e do dólar, contrasta com o otimismo observado na última segunda-feira (6), quando uma reportagem do The Washington Post indicava que as tarifas planejadas seriam restritas a setores estratégicos, o que havia enfraquecido a moeda americana.
Os investidores concentram suas atenções no panorama internacional, enquanto os mercados ajustam suas posições à posse de Donald Trump, marcada para o dia 20 de janeiro. Segundo a CNN, o presidente eleito considera declarar uma emergência econômica nacional para justificar a aplicação de tarifas comerciais a países aliados e concorrentes após sua posse.
A notícia reacendeu os temores em relação às políticas tarifárias do republicano, vistas como potenciais impulsionadoras da inflação. Essa percepção eleva a expectativa de manutenção de taxas de juros mais altas nos EUA, o que aumenta a atratividade do dólar.
Essas informações consolidam a expectativa de que o Federal Reserve adote cautela na flexibilização da política monetária. Segundo analistas, há 95% de chance de manutenção das taxas de juros na próxima reunião.
“O contexto atual, com mercado de trabalho aquecido e maior dinamismo no setor de serviços, limita o espaço para cortes de juros pelo Federal Reserve”, avaliou Leonel Mattos, analista da StoneX para a CNN.
Influência no mercado brasileiro
O dado mais aguardado da semana é o IPCA de dezembro, que será divulgado na sexta-feira (10), enquanto investidores acompanham a trajetória da inflação no país.
Quanto ao equilíbrio fiscal do Brasil, o mercado permanece cauteloso, especialmente após o dólar superar os R$6 no fim de 2024.
Em relação a indicadores, o IBGE informou que a produção industrial brasileira caiu 0,6% em novembro na comparação mensal.
Economistas da XP revisaram suas projeções para a Selic, prevendo uma taxa de 15,50% ao final do atual ciclo de alta, com o início dos cortes postergado para 2026. A taxa de câmbio para 2025 também foi revisada, de R$5,85 para R$6,20 por dólar, devido a incertezas internas.
Por sua vez, Rafael Benassi, da Monte Bravo, apontou que a queda do Ibovespa reflete uma correção após ganhos recentes, que pareciam mais relacionados a um ajuste técnico do que a uma mudança estrutural.
Imagem Destaque/Reprodução/Germano Luders/Infomoney