ABEV3 R$11,24 0,00% ALOS3 R$17,17 0,00% ASAI3 R$5,52 0,00% AZUL4 R$4,11 0,00% AZZA3 R$29,70 0,00% B3SA3 R$9,79 0,00% BBAS3 R$24,21 0,00% BBDC4 R$11,22 +0,36% BBSE3 R$36,18 0,00% Bitcoin R$582.552 +5,79% BPAC11 R$28,32 0,00% BRAV3 R$25,40 0,00% BRFS3 R$23,55 0,00% CMIG4 R$10,49 0,00% CPLE6 R$8,83 0,00% CSAN3 R$8,21 0,00% CYRE3 R$16,39 -0,73% Dólar R$6,08 -0,20% ELET3 R$33,97 -0,53% EMBR3 R$56,55 -1,31% ENGI11 R$36,44 -0,27% EQTL3 R$27,14 -0,07% ggbr4 R$16,99 +1,13% Ibovespa 119.007pts 0,00% IFIX 3.068pts 0,00% itub4 R$30,86 +0,72% mglu3 R$5,81 -3,65% petr4 R$37,07 +0,35% vale3 R$51,51 -0,02%

Especialistas na Verdile – O Mercado de Derivativos sob a ótica de Marcelo Gavlik – Assessor de investimentos na Getreide Investimentos

O especialista destaca a importância da comunicação no mercado em que atua, faz a diferença nos negócios agro

O entrevistado de hoje é Marcelo Gavlik, assessor de investimento na distribuição de commodities, tem profundo conhecimento no Mercado de Derivativos e passou pela empresa Cargill. Se formou em Agronomia no Mato Grosso. 

Ao ser informado sobre a transcrição da entrevista, Marcelo ressaltou a importância de se adaptar a linguagem e a comunicação com quem estamos falando. 

Valoriza uma linguagem simples, pois ressalta que não adianta utilizar palavras complicadas com um trabalhador de 60 anos do campo, por exemplo, isso apenas dificultaria o entendimento e poderia criar uma barreira de confiança.

“Esse tipo de percepção foi algo que aprendi e pratiquei desde a faculdade, onde comecei a desenvolver habilidades de comunicação mais diretas e adequadas a diferentes perfis.”

Mercado de Derivativos
Fonte: Freepik

O Início no Agro e no Mercado de Derivativos

Logo após concluir os estudos, Marcelo iniciou a carreira no agro em Rondônia, trabalhando em uma revenda de insumos. Esse período foi marcante, porque, com apenas três meses na revenda, foi chamado para trabalhar na Cargill, onde atuou como comprador de grãos. 

“Vendia insumos, ferramentas e ajudava a desenvolver estratégias internas. Na época, a Cargill estava implementando um novo modelo de negócios: além de comprar grãos, queria começar a vender insumos diretamente, aproveitando a estrutura já existente para agregar valor ao negócio. Isso foi uma grande oportunidade de aprendizado, pois participei desse processo de expansão e tive a chance de crescer dentro da empresa.

Fiquei um ano e meio na Cargill, onde fui promovido para liderar uma região maior e abrir mercados em áreas como Ariquemes, que ainda eram pouco exploradas. No entanto, sempre tive uma ligação muito próxima com a Granoeste, uma corretora de cereais do meu tio e do sócio dele.”

A Granoeste, tem uma longa história nesse setor, desde sua fundação em 1986, quando começou como corretora de cereais. Mais recentemente, com a incorporação ao grupo Critéria, houve uma mudança de nome para ampliar as parcerias com outras corretoras e oferecer serviços mais diversificados.

Como é feito o trabalho em uma distribuidora de commodities?

Marcelo informa que na corretora é identificada a necessidade de oferecer suporte aos agricultores em momentos de incerteza sobre o mercado. “Muitos clientes chegam inseguros, sem saber se devem vender ou esperar. Se vendem e o preço sobe, perdem oportunidades. Se não vendem e o preço cai, precisam recorrer a crédito e pagar juros.” 

Mercado de Derivativos
Fonte: Brasil Escola

Para ajudar nessa tomada de decisão, Marcelo e sua equipe criam soluções que permitem que o agricultor se mantenha protegido, garantindo uma participação no mercado mesmo diante de oscilações de preço.

“O mercado financeiro, especialmente relacionado à bolsa, muitas vezes é visto como algo voltado para especulação. No entanto, é justamente na bolsa que se encontram as ferramentas para proteger o produtor contra oscilações de preço. No mercado físico, as opções são limitadas: ou você está comprando, mantendo o grão sem vender, ou já vendeu e, caso o preço suba, não participa da valorização. A bolsa permite combinar essas posições por meio de derivativos, como opções, que funcionam como seguros de preço.

Por exemplo, um agricultor pode segurar o grão e comprar uma put, que chamamos de “seguro de baixa”. Isso protege contra quedas de preço. Por outro lado, ele também pode vender o grão e adquirir uma call para aproveitar possíveis altas. Essa flexibilidade é fundamental, especialmente em um mercado tão volátil.”

Após uma experiência como comprador de grãos e participei de cursos técnicos, como o da Core e análises gráficas. Hoje, dedica boa parte do seu tempo estudando relatórios de mercado, analisando gráficos e conversando com compradores e vendedores em diferentes regiões para sentir o “termômetro” do mercado. “Isso nos ajuda a montar estratégias personalizadas para cada cliente, de acordo com suas necessidades e posições no mercado.”

No trabalho com precificação e hedge, analisam tanto o mercado físico quanto a bolsa, acompanhando ativos como soja, milho e dólar. Trabalham com contratos futuros, opções (seguros de preço) e, ocasionalmente, outros mercados como pecuária, café e até commodities negociadas no exterior, como trigo e milho em bolsas americanas. 

A Influência do Dólar no Mercado de Derivativos é Crucial no Processo

O trabalho nesse setor exige uma visão ampla e estratégica, conectando mercados físicos e financeiros, além de uma compreensão profunda das dinâmicas econômicas e comerciais que afetam o agronegócio.

“Os insumos agrícolas, como adubo e defensivos, são fortemente influenciados pelo dólar, já que grande parte é importada. Assim, o agricultor frequentemente faz compras antecipadas desses insumos para as safras futuras, ajustando os custos à paridade de exportação e importação, o que garante competitividade no mercado internacional”, diz Marcelo à Verdile.

O preço das commodities agrícolas opera dentro de um intervalo de paridades. A exportação funciona como o piso e a importação como o teto. Isso significa que o produtor brasileiro está diretamente ligado ao dólar, tanto na compra de insumos quanto na venda do produto final. 

“Por isso, costuma-se dizer que o produtor é um “plantador de dólar”. Quando o dólar sobe, ele vende o produto em um preço mais alto, o que é vantajoso, mas, ao mesmo tempo, compra insumos para safras futuras com o dólar mais caro, criando um novo desafio.

Um exemplo recente foi a guerra comercial entre os EUA e a China, iniciada por Trump em 2018, quando ele aumentou tarifas sobre produtos tecnológicos chineses. A China retaliou, tarifando as commodities agrícolas americanas, especialmente a soja. Isso redirecionou a demanda chinesa para o Brasil, favorecendo o mercado brasileiro e intensificando nosso papel como maior exportador de soja. Mesmo assim, os preços no mercado brasileiro ainda são baseados na Bolsa de Chicago (CBOT), que atua como referência global.”

O Mercado em Efeito Gangorra

Segundo Marcelo, a precificação no Brasil envolve três pilares principais: o preço da soja na Bolsa de Chicago, o prêmio (ou basis) brasileiro, e o dólar. Por exemplo, se a soja em Chicago cai, mas o prêmio brasileiro sobe proporcionalmente, o preço final pode se manter estável. Isso foi evidente em 2018, quando o preço da soja na CBOT caiu de 10 para 8 dólares por bushel devido à guerra comercial, mas o prêmio brasileiro subiu de 50 cents para 2 dólares por bushel, compensando a queda.

Esse equilíbrio é essencial porque o mercado funciona como uma gangorra. O desafio do produtor brasileiro é acompanhar esses movimentos e usar ferramentas como contratos futuros e opções para se proteger de volatilidades. Por isso, estratégias de hedge e análise de mercado são indispensáveis para garantir competitividade e sustentabilidade em um cenário global tão dinâmico.

Essa explicação detalhada do mercado agrícola e de commodities mostra como os produtores estão diretamente impactados por uma combinação de fatores como a variação cambial, preços internacionais, tarifas comerciais e decisões políticas. O impacto do cenário global sobre mercados locais e a complexidade de gerenciar riscos nesse contexto reforçam a importância de estratégias bem planejadas e a busca por conhecimento.

O Impacto da Pandemia de Covid-19 no Mercado de Derivativos

Para Marcelo, a pandemia teve um impacto direto nas cadeias globais de produção e comércio, ocasionando oscilação no mercado de derivativos Antes da pandemia, o mundo vivia um cenário de globalização intenso, com as economias interdependentes, e a China como principal centro de produção. No entanto, a pandemia evidenciou a vulnerabilidade dessa dependência. 

O fechamento de fronteiras e o bloqueio das cadeias de suprimento, especialmente pela China, que priorizou a produção de itens essenciais como máscaras, levou os países a perceberem a necessidade de diversificar suas fontes de produção. A desindustrialização nos Estados Unidos e na Europa também foi um reflexo desse modelo insustentável.

Como resultado, a estratégia de “Nearshore” e “Friendly Shore” ganhou força, com empresas movendo suas indústrias para países mais próximos, como México e Paraguai, a fim de reduzir riscos e custos logísticos. A globalização, como era antes da pandemia, não é mais vista como a solução de longo prazo, e as economias agora buscam maior protecionismo e resiliência, com a reindustrialização em curso.

No mercado agrícola, como a soja, a situação também é desafiadora. A China já comprou uma boa parte da produção, e a safra brasileira pode ser recorde, mas os preços estão baixos. Isso coloca o produtor em uma situação difícil: mesmo com uma boa produção, os preços ruins podem resultar em prejuízos financeiros. A comercialização é uma parte crucial desse processo, e o foco em estratégias financeiras adequadas cresceu significativamente, à medida que os produtores enfrentam o risco de perdas.

“O cenário pós-pandemia, portanto, ainda está moldando os mercados globais. A reconfiguração das cadeias produtivas e o aumento do protecionismo são tendências que devem continuar por um bom tempo, afetando os negócios e a economia global como um todo”, ressalta o especialista.

A Importância da Didática do livro “Hedge Agrícola do Zero”

Na ausência de conhecimento por parte de boa parte dos investidores, se fez necessária a uma estratégia de ensino e desmistificação do tema.

O livro lançado juntamente ao sócio, Rodrigo Trage, é um manual de como funciona o mercado agro do zero. Com didática para quem está começando e formas de aplicações e dinâmicas do mercado.

“A criação de um livro para ajudar pequenos e médios produtores a entenderem como operar no mercado, desde o básico até estratégias mais avançadas, é uma ideia excelente. É uma maneira de democratizar o acesso à informação e capacitar produtores a tomarem decisões mais informadas, mitigando riscos e aproveitando oportunidades de mercado.

Para um conteúdo similar em um portal, sugiro estruturar artigos em camadas, começando com conceitos básicos (como o que são contratos futuros ou o impacto do dólar no preço das commodities), passando por análises práticas e estudos de caso, até chegar a temas mais avançados, como análise gráfica e precificação. Isso cria uma base sólida de aprendizado e pode atender públicos com níveis variados de conhecimento.”

O livro está disponível na Amazon.

Marcelo por fim, ressalta que essa trajetória, desde a formação acadêmica até o trabalho atual e a experiência no mercado de derivativos, mostra como cada experiência foi essencial para desenvolver as habilidades e a visão estratégica que hoje aplica no dia a dia.

Foto Destaque: Assessor de Investimentos Marcelo Gavlik

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